Castelos europeus que valem menos que apartamentos cariocas

Comparação aponta alto custo dos imóveis no Rio, que chegam a ter fila de espera, segundo especialista

Se já espanta a notícia de que existem enormes castelos pela Europa custando alguns milhões a menos do que apartamentos em Nova York, imagina saber que nem é preciso ir tão longe para perceber essa diferença. Na Zona Sul carioca e na Barra, não é difícil encontrar quatro quartos que superam em valor um castelo com três andares e 1.500 metros quadrados.
Inspirado em pesquisa recente do site BuzzFeed, o Morar Bem foi atrás de mais exemplos europeus e os comparou com anúncios do site Zap Imóveis. No garimpo, encontrou ofertas como a de um apartamento na Barra que equivale, em valor, a quase quatro castelos franceses, de estilo mais "modesto".
- Apesar dos preços, há lugares, principalmente na orla da Zona Sul, que têm fila de espera. Isso porque essa é a região da cidade que melhor traduz o estilo de vida do carioca, que sai de casa de chinelo tanto para ir à praia quanto a um restaurante. Desperta o desejo de todos - diz Josué Madeira, diretor nacional de imóveis prontos da Brasil Brokers.
Diretor executivo da Zap Imóveis, Eduardo Schaefer destaca ainda o momento econômico das duas regiões:
- São opostos. O Rio abrigará dois megaeventos esportivos, enquanto os países europeus sofreram uma forte depreciação no mercado imobiliário por conta da crise.

1. Vista para os Alpes ou para o mar de Copacabana

Construído no século XIX, na região do Piemonte, na Itália, este castelo fica em terreno de 70 hectares, com direito a lago e vista para os Alpes, além de estar perto de várias estações de esqui. Mesmo assim, seu custo de € 2,9 milhões (cerca de R$ 8,7 milhões): fica longe dos R$ 10 milhões pedidos por um apartamento de três salas e quatro suítes em Copacabana.

2. Nove quartos contra uma poderosa suíte

Com nove quartos e cinco banheiros divididos em mil metros quadrados de construção, o castelo ao lado é do século XVIII e tem parque, piscina, quadra de tênis e uma estufa para laranjas. Comparado com o apartamento de quatro quartos (uma suíte), com 230 metros quadrados, na Lagoa, parece sair ganhando. Mas repare: o francês custa pouco mais de € 1 milhão (ou R$ 3 milhões) enquanto o carioca, R$ 3,5 milhões.

3. Área para os cavalos ou para os carros

Este castelo do século XVI mantém sua estrutura original, com sete quartos e uma biblioteca, além de piscina e estábulo na área externa. Mesmo assim, é preciso acrescentar mais de R$ 1 milhão ao seu valor (€ 1,18 milhão ou cerca de R$ 3,5 milhões) para conseguir comprar o apartamento ao lado, que fica no Leblon e tem quatro quartos (uma suíte) e duas vagas de garagem. Valor: R$ 4,6 milhões.

4. 45 quartos não pagam um duplex na Barra

Este duplex na Barra chama a atenção pelos números: 871 metros quadrados de área, com seis quartos (todos suítes) e quatro vagas de garagem. Mas só se surpreende quem o compara com outros imóveis cariocas. Na comparação com o Château Mirwart, na Bélgica, não tem nem graça: são 45 quartos e 45 banheiros. Mesmo assim, os US$ 5 milhões (cerca de R$ 11,03 milhões) da venda deste não são suficientes para superar os R$ 12 milhões pedidos por aquele.

5. Sala para 60 pessoas contra um único lavabo

O Chateau Blavou, na região da Normandia, na França, pode receber até 210 convidados na sala de eventos e mais 60 na sala de jantar. Já o apartamento da Av. Lúcio Costa, na Barra, oferece apenas um lavabo, apesar das três varandas, o que não combina com grandes recepções. Mesmo assim, a vista para o mar pesa no preço: US$ 2,3 milhões (cerca de 5,07 milhões) contra R$ 5,2 milhões da moradia do Rio.

6. R$ 300 mil a mais por vantagens de menos

A propriedade de 26 hectares do século XIX tem sete quartos e sete banheiros e agrada os amantes de cavalos oferecendo dois celeiros, estábulos e um pátio fechado. Já a cobertura do Leblon, de três quartos (uma suíte), tem como extras dependências completas e duas vagas na garagem. Na hora do preço, vence novamente o menor: R$ 6 milhões contra os US$ 2,6 milhões (ou cerca de R$ 5,7 milhões) do castelo.


Fonte: O Globo